O papel da GE em Fukushima: a evasão do Asahi Shimbun e uma conveniente mensagem antinuclear
Por que o Asahi Shimbun permitiu que a GE escapasse da responsabilidade enquanto usava seus funcionários para promover uma retórica antinuclear?
Um silêncio revelador, com três anos de atraso
Foi somente em 30 de março de 2014 — três anos completos após o desastre de Fukushima Daiichi — que o Asahi Shimbun, finalmente e com relutância, insinuou que o reator havia sido projetado pela General Electric (GE) e que uma falha nesse projeto era a verdadeira causa da catástrofe.
Mesmo assim, essa revelação estava escondida em um de seus artigos em série com tom antinuclear — apenas algumas linhas.
O relatório afirmava:
“Funcionários da GE estavam no Reator nº 4 quando o terremoto ocorreu.
Eles fugiram imediatamente.
A sede da GE nos Estados Unidos então organizou sua rápida retirada do Japão.”
Porque a GE mandou
Apenas dois dias antes, o Asahi havia finalmente divulgado que a GE era a projetista original dos reatores.
Quando funcionários japoneses levantaram preocupações — como a ausência de uma válvula de alívio — ouviram a resposta direta:
“Porque foi assim que a GE projetou.”
O terreno de Fukushima foi intencionalmente rebaixado de uma colina para criar uma área baixa.
A GE insistiu em instalar os reatores ali.
Também posicionou todas as fontes de energia reserva voltadas para o oceano — tornando-as completamente vulneráveis ao tsunami.
Mais uma vez, a justificativa foi simples:
“Porque a GE mandou.”
Um pescador, não um engenheiro
Na edição de 7 de dezembro de 2014, o Asahi entrevistou Yukiteru Naka, representante local da GE em Fukushima.
Naka era ex-pescador e ativista de Okinawa.
Por que foi escolhido como representante da GE no local e qual expertise técnica possuía, continua totalmente incerto.
Quando o terremoto ocorreu, Naka não estava presente na usina.
Ao saber que a energia havia falhado e que a planta estava em crise, ele nunca retornou.
Disse que contatou a sede da GE — mas não obteve resposta significativa.
O veredito final: sinalização de virtude antinuclear
Nas últimas linhas da entrevista, Naka ofereceu um resumo definitivo da catástrofe:
“Um país que sofreu bombardeio atômico nunca deveria operar usinas nucleares.”
Ao permitir que um funcionário da GE fizesse essa declaração abertamente antinuclear, o Asahi Shimbun conseguiu mudar a narrativa com habilidade.
A responsabilidade da GE foi varrida para debaixo do tapete.
Em vez disso, o jornal deu à GE uma plataforma para espalhar uma mensagem antinuclear — alinhada perfeitamente à ideologia editorial do Asahi.
(continua)