Em 13 de outubro de 2010, a NHK BS1 noticiou um erro no cálculo da idade média do Comitê de Revisão da Promotoria.
Para o autor, essa notícia trivial simbolizou o vazio das “décadas perdidas” do Japão.
Ao despertar na manhã seguinte com a letra de Half Light II do Arcade Fire, ele se declara representante do Rei do Inferno e pronuncia sentença contra aqueles que moldaram esses vinte anos, condenando-os ao maior tormento da humanidade.
O ensaio combina reflexão cultural, testemunho pessoal e uma dura acusação contra os fracassos da sociedade.
Como Representante do Rei do Inferno — Uma Sentença contra os Arquitetos Criminosos dos Últimos Vinte Anos
13 de outubro de 2010
Bom dia.
Na noite passada, depois das 23h, foi ao ar uma reportagem no NHK BS1.
A Promotoria declarou que a idade média dos membros do atual Comitê de Revisão havia sido relatada por engano como trinta anos.
Na realidade, um dos membros tinha trinta e sete anos e alguns meses, e esse cálculo incorreto havia levado ao erro.
Ao ouvir isso, pensei apenas: esta noite preciso dormir. Todo o resto pode esperar até amanhã.
Esta manhã, ao acordar, o que me veio à mente foi uma canção que já mencionei—obra dos campeões do início do século XXI, Arcade Fire.
Do seu mais recente álbum, lançado em 10 de agosto de 2010, que chegou ao primeiro lugar primeiro no Reino Unido e depois nos Estados Unidos, a canção ♪Half Light II♪.
Já sou um homem na segunda metade da vida e agora posso dizer sem hesitação: Gifted—hoje, concreta e perfeitamente—traz a resposta para os últimos vinte anos.
Na qualidade de representante honroso do Rei do Inferno, declaro isto: aos grandes criminosos que moldaram estas duas décadas, pronuncio uma sentença de primeira classe: ferver nos caldeirões do inferno—o maior tormento da história da humanidade.
Até que eu termine de escrever, convido-os a ouvir a canção desta magnífica banda.
…
♪Half Light II♪ do Arcade Fire (traduzida pelo autor)
…
Quando vimos os mercados desabar,
As promessas que fizemos foram rompidas.
…
Alguns dizem que já perderam,
Mas têm medo de pagar o preço pelo que perdemos.
Pagar o preço pelo que perdemos.